segunda-feira, 29 de julho de 2013

DOR CIÁTICA- O QUE É ISSO?

O que é isso?

Dor ciática é a dor persistente sentida ao longo do nervo ciático. Este nervo é executado a partir da parte inferior das costas, descendo pelas nádegas e perna. É o maior nervo do corpo. A dor ocorre quando este nervo é comprimido ou lesionado. É mais comumente resultado de inflamação, alargamento ósseo devido a artrite ou um disco deslocado (hérnia) na parte inferior da coluna.

Sintomas:

A dor ciática causa começa na parte inferior das costas e se espalha pelas nádegas, pernas, panturrilha e, por vezes, chega ao pé. Às vezes, começa gradualmente, piora durante a noite, e é agravada pelo movimento. A dor ciática também pode causar formigamento, dormência ou fraqueza muscular na perna afectada.


Diagnóstico:

Para procurar por problemas em sua coluna vertebral e nervos relacionados, o seu fisioterapeuta pode pedir-lhe para executar uma série de testes que irá verificar a sua força muscular, reflexos e flexibilidade.


Teste de elevação da perna recta:

Posição do paciente: deitado em decúbito dorsal.

Objetivos: compressão nervosa da região lombar, compressão de nervo ciático ou encurtamentos musculares

Descrição do teste: o terapeuta eleva passivamente o membro inferior com o joelho em extensão e verifica a reacção do paciente.
Tensão sobre o nervo ciático se dá entre 35° e 70° graus. A partir de 70° o stress será maior na coluna lombar.
É necessário prestar muita atenção no momento do teste, para que o terapeuta saiba diferenciar uma dor ciática ou encurtamento de isquiostibiais. Se a dor for do tipo queimação, choque, ardência, fisgada, ela poderá ser de origem neural., leve desconforto sugere encurtamento muscular.
Sinais e sintomas: o paciente geralmente esboça uma reacção dolorosa característica e isso será visível na observação de sua face.


Teste De Lasègue

Posição do paciente: deitado em decúbito dorsal.

Segue o mesmo raciocínio do teste de elevação da perna reCta, agindo sobre o nervo ciático (L5,S1,S2)

Objectivos: compressão nervosa da região lombar, compressão de nervo ciático.
Durante a elevação passiva do membro inferior o terapeuta deverá parar a elevação no momento que o paciente começar a manifestar dor e, logo após o terapeuta deverá realizar uma dorsiflexão do pé do paciente para confirmar a suspeita de ciatalgia através da expressão dolorosa por parte do paciente.
Sinais e sintomas: Na manobra de lasègue, o paciente refere uma forte dor inconfundível quando na presença de uma hérnia discal em nível de L4-L5 ou L5-S1 ou ainda no quadro da pseudociática, na qual o músculo piriforme está contraturado e "prende" o nervo ciático quando este atravessa o seu ventre.


Elevação Da Perna Oposta

Posição do paciente: deitado em decúbito dorsal. Objectivo: avaliar presença de hérnia discal ou pinçamento de nervo ciático Descrição do teste: nesse teste o terapeuta eleva o membro inferior assintomático.

Caso o paciente manifeste dor no membro que está sobre a maca é um indicativo de que o paciente seja portador de uma hérnia de disco.

Sinais e sintomas: o paciente no momento do teste confirmará ou não a dor que poderá estar situada ou na coluna lombar ou no trajeto do nervo ciático.

Sinal da Corda de Arco ou Bowstring-Sign:

Posição do paciente: decúbito dorsal. Objectivo: verifica irritação ciática.

Descrição do teste: O teste começa, com o terapeuta elevando o membro inferior com o joelho em extensão próximo a 70° e logo após realiza uma flexão passiva do joelho em torno de 20°, o terapeuta apalpa o nervo ciático na fossa poplítea.
Caso haja uma manifestação dolorosa do paciente ao simples toque do nervo distendido, o teste será positivo.
Sinais e sintomas: o paciente, no momento do teste, deverá estar relaxado e permitir a flexão passiva do membro inferior.
Após a elevação do membro, o nervo ciático ficará tenso e caso haja a presença de hérnia discai na região lombar ou se o nervo estiver "preso" na sua passagem pelo músculo piriforme, o paciente manifestará a dor.


Duração esperada:

Ciática geralmente desaparece por si só após um período de descanso e actividades limitadas. A maioria das pessoas com dor ciática se sentem melhores dentro de 6 semanas. A dor que dura mais de 6 a 12 semanas deve levar a uma visita de acompanhamento com seu médico. Se os sintomas forem graves ou prolongados, pode ser encaminhados para um médico que se especializa no tratamento de dor nas costas.

Prevenção:

Uma vez que a dor ciática passe, existem exercícios, alongamentos e outras medidas que podem impedi-la de voltar. O fisioterapeuta pode desenvolver um programa personalizado de prevenção. Aqui estão alguns passos que você pode tomar, entretanto:

Pratique uma boa postura:

Quando ficar em pé, procure ficar alinhado, com os ouvidos na linha dos ombros. 

Alinhe também os ombros com seus quadris e seus glúteos.

Faça flexões abdominais. Estes exercícios fortalecem os músculos abdominais que ajudam a apoiar sua região lombar. 
Caminhadas e natação ajudam a fortalecer a região lombar.
Quando tiver que levantar objectos faça com segurança. Levante sempre de uma posição de cócoras, usando seus quadris e pernas para fazer o trabalho pesado. Nunca se curvar e levantar com as costas rectas.
Evite ficar sentado ou em pé por longos períodos. Se você trabalha sentado, faça pausas regulares para ficar em pé e andar. 
Use a postura adequada para dormir. Tire a pressão de suas costas dormindo de lado e colocando um travesseiro sob os joelhos.
Sente-se numa cadeira e incline-se em direcção ao chão, segure por 30 segundos e solte. Repita 6 a 8 vezes. Isso ajuda a alongar a lombar.
Evite usar saltos altos. Sapatos com saltos que são mais de 1 polegada de altura deslocam seu peso para a frente, jogando o corpo para fora do alinhamento.


Tratamento:

A dor ciática normalmente pode ser tratada com sucesso por um breve período de descanso e limitando as Actividades diárias. Evite o repouso absoluto prolongado que pode realmente fazer a dor piorar. Comece exercícios suaves para melhorar a mobilidade e fortalecer as costas assim que puder. A fisioterapia convencional, osteopatia e acupunctura são óptimas alternativas para acabar com as dores.


Alguns tratamentos realizados pela Fisioterapia:
Terapia Manual:

Utiliza os recursos manuais para interferir na estrutura e função do organismo. A técnica ajuda a reconhecer a patologia e busca a recuperação da lesão encontrada.

Mobilização neural:

Actua na raiz e no trajecto nervoso, liberando-o de qualquer bloqueio (compressão ou aderência), e desta forma elimina a dor localizada.

Electroterapia:

Utiliza equipamentos especializados, sendo que os mais usados são o de ‘ondas curtas’, ou seja, placas que aquecem os tecidos.


Hidroterapia:

São exercícios terapêuticos realizados em piscina aquecida e coberta, no qual se utiliza inúmeras técnicas de reabilitação, juntamente com os efeitos da pressão hidrostática, flutuação, viscosidade e os efeitos do calor, que vão resultar em diminuição da dor no nervo ciático.

Pilates:

Uma actividade física que trabalha todo o corpo, utilizando exercícios para fortalecer os músculos fracos, alongando os que estão encurtados e aumentando a mobilidade das articulações, sendo que os movimentos são feitos devagar e com muito controle para evitar stress. 


Mesa de tracção:

O paciente realiza os movimentos de tracção, compressão e relaxamento da coluna, com a definição de uma carga mínima e outra máxima. Tais movimentos promovem uma abertura entre uma vértebra e outra. Assim, o nervo que passa pela coluna não fica comprimido.







quarta-feira, 24 de julho de 2013

A IMPORTÂNCIA DOS ESTÍMULOS PARA A COMUNICAÇÃO ORAL DO PEQUENOS





Você, que trabalha com crianças pequenas, já deve ter presenciado quando elas começam a se expressar oralmente e a pronunciar as primeiras palavras. É um momento mágico e muito importante. Por isso, como educador ou cuidador, vale ajudar a criança a experimentar novas possibilidades e ampliar seu vocabulário.
Normalmente, os pequenos começam a balbuciar com um ano de idade, falando monossílabos como ‘má’, ‘pá’, ‘qué’.
Antes, porém, já é possível estimulá-los, por meio da conversa. Recentemente, uma pesquisa realizada na Universidade de Chicago (EUA) indicou que algumas acções, não verbais, podem ter tanta importância no desenvolvimento da fala quanto a conversa propriamente dita.
Um exemplo citado é apontar um livro e dizer: “Vou pegar um livro”. A associação entre a acção e a palavra ajuda a criança a memorizar o som e o que é ‘livro’.
Esse estímulo é importante, mas, vale lembrar que a fala também depende de outros factores para se desenvolver. Ou seja, a criança tem de estar com o sistema neurológico, a parte motora e a psicológica preservados.
Isso significa que cuidar, dar carinho, proteger são atitudes que influenciam profundamente no desenvolvimento da criança e, consequentemente, na sua expressão oral.
Confira estas dicas que podem ajudá-lo na sua interacção com as crianças para que elas desenvolvam ainda mais a linguagem oral:
Narre o mundo. Fale sobre o que está à volta. Na hora de colocar a roupa para ir embora da creche, por exemplo, relate o que vai fazer: “vou pegar seu casaco na mochila e colocá-lo em você para ficar bem quentinho”. “Vou trocar a sua meia e calçar os ténis”. Se tiver de trocar a fralda, a mesma coisa: “vou limpar seu bumbum e você vai ficar cheiroso”. Mostre os objectos que cita nessa narração (mochila, casaco, meia, ténis, fralda…) para que aconteça a associação do som com o objecto, para ficar mais fácil decorar o nome dele.
Cuide do tom de voz. Ao falar com a criança, coloque sentimento nas palavras. Por exemplo: a criança fez um desenho. Você olha para ela e diz, com alegria e contentamento: “nossa, que desenho bonito você fez!”. Por outro lado, quando a criança fizer algo que mereça repreensão, deixe isso claro no tom de voz, sem gritar ou elevá-la, mas mostrando firmeza. Dessa forma, você ajudará os pequenos a descodificarem as emoções.
Cante, mesmo se desafinar. Cantar é essencial. A sonorização, a rima e o canto em si transformam falas em brincadeiras, o que ajuda o desenvolvimento da linguagem, do vocabulário e o letramento. Refrões são importantes nas músicas porque, pela repetição, você consegue prender a atenção da criança. E quanto mais variedade, melhor. Músicas infantis, MPB, rock, erudita, samba…
Leia histórias e poesias. Além de estimular a imaginação, contar histórias ajuda a ampliar o vocabulário e a curiosidade das crianças sobre a linguagem. Os poemas, assim como as músicas, têm ritmo e sonoridade bem acentuados. Comece com os textos de rimas directas e, aos poucos, vá sofisticando. Mas, lembre-se: a leitura não pode ser mecânica e, assim como a conversa, precisa passar emoção.
Use sinónimos. Na hora de nominar um objecto, procure indicar as várias formas de fazê-lo. Aos poucos, a criança vai enriquecendo seu vocabulário.
Brincar para aprender. Nada de transformar o aprendizado da criança em algo mecânico. Se a criança está se divertindo e fazendo determinada actividade com prazer, ela aprende muito mais. Se ela se mostrou interessada por um livro, em vez de forçar a leitura de outro, ajude-a a explorá-lo. Ela quer repetir a mesma brincadeira mais de uma vez? É sinal de que está aprendendo. Quando ela não quiser mais é porque, naquele momento, foi o suficiente.

terça-feira, 23 de julho de 2013

TERAPIA GENÉTICA CURA CRIANÇAS IMPEDIDAS DE ANDAR E FALAR

Médicos italianos anunciaram a cura de uma doença que tira a capacidade das crianças de andar e falar. O estudo, anunciado na publicação CientíficaScience, usou uma técnica pioneira de terapia genética para corrigir erros no DNA.

Três pacientes que participaram do estudo já estão indo para a escola.
Um segundo estudo, publicado ao mesmo tempo, mostrou que uma terapia semelhante pode reverter uma doença genética grave que afecta o sistema imunológico.
Pesquisadores de terapia genética dizem que o resultado dos estudos é "realmente emocionante".
                                                                                                                          Vírus geneticamente modificados foram usados para corrigir mutações prejudiciais no DNA.
   Ambas as doenças são causadas por erros no código genético do paciente – responsável pelo crescimento e funcionamento do corpo.
   Os bebés que nascem com leucodistrofia metacromática parecem saudáveis, mas seu desenvolvimento começa a regredir entre um e dois anos de idade, pois parte de seu cérebro é destruído.
   A Síndrome de Wiskott-Aldrich resulta num sistema imunológico deficiente. Ela torna os pacientes mais susceptíveis a infecções, canceres, e o próprio sistema imunológico também pode atacar outras partes do corpo.

Células infectadas

   A técnica desenvolvida pela equipe de pesquisadores do Instituto Científico San Raffaele, em Milão, na Itália, usou um vírus geneticamente modificado para corrigir as mutações prejudiciais nos genes dos pacientes.
   Células-tronco são retiradas do paciente e o vírus é usado para "infectar" as células com pequenos fragmentos de DNA que contêm as instruções corretas. Estas são, então, colocadas de volta no paciente.
   Três crianças de famílias com histórico de leucodistrofia metacromática foram escolhidas para o tratamento, mas antes que sua função cerebral começasse a degenerar.
   Alessandra Biffi, uma das médicas envolvidas no estudo, disse à BBC: "O resultado foi muito positivo, todos estão bem, e vivendo uma vida normal numa idade em que seus irmãos eram incapazes de falar. É um resultado que nos deixa muito felizes".
   Biffi disse que todos os tratamentos tiveram efeitos colaterais, e que os pacientes precisaram ser acompanhados por mais tempo. Mas as evidências sugerem, até agora, que o tratamento é seguro.

'Nova era'

   A terapia genética é um campo que prometeu muito mais do que já ofereceu e tem sido dificultada por várias preocupações relacionadas a segurança. A primeira terapia genética na Europa só foi aprovada em 2012.
   Biffi disse que lições foram aprendidas a partir de falhas anteriores: "A terapia genética pode ser melhorada. Podemos estar vivendo uma nova era, onde podemos conseguir fazer mais do que fizemos no passado."
   No outro estudo, publicado simultaneamente na revista Science, sintomas como infecções e eczema haviam diminuído nos três pacientes tratados.
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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Protocolo Rehab 4 Life- Os primeiros passos do Gabriel

Após ter começado o Protocolo  de Reabilitação Intensiva Rehab4Life  a 2 semanas, o Gabriel nos surpreende com os seu primeiros passos, ainda que assistidos  pelos terapeuta. è com maior orgulho que vemos os nossos pacientes a evoluir " Passo a Passo"  Muitos Parabéns ao Gabriel e aos seus Pais.





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segunda-feira, 15 de julho de 2013

RISCO DA LUXAÇÃO DA ANCA NA PARALISIA CEREBRAL

Um alerta aos pais e fisioterapeutas

A cintura Pelvica/ Anca/ Quadris possuem  articulações em  risco eminente  nas crianças com paralisia cerebral. O tipo de paralisa cerebral com envolvimento completo do corpo, conhecido como Tetraparesia ou Quadriparesia Espástica, é o grupo em que precisamos ter maior atenção.

  Outras características para risco de patologia na Anca são as crianças que caminham pouco, ou não caminham (cadeirantes) e que tem pouco equilíbrio do tronco e pescoço.


Como é a articulação da Anca ?

   É uma articulação formada pela cabeça femoral localizada dentro de uma estrutura conhecida como acetábulo. Normalmente, a cabeça do fêmur fica completamente coberta pelo acetábulo, garantindo a boa amplitude de movimentos sem dor.


Por que as articulações sofrem?

  Na paralisia cerebral os músculos são mais tensos e rígidos devido à espasticidade. Com isso, permanecem contraídos involuntariamente, não tendo relaxamento adequado. Isso gera desequilíbrio dos músculos ao redor das articulações, com predomínio dos músculos que fecham as pernas.

  Do ponto de vista clínico, o que ocorre é uma dificuldade na abertura das pernas para a troca de fraldas, dificuldade nos movimentos da anca, que tornam-se  rígidos e, progressivamente, há perda da relação anatómica entre cabeça do fêmur e acetábulo.

  Com a evolução da patologia, começa a ocorrer dor durante a manipulação das pernas, dificuldade para ficar sentado na cadeira de rodas devido à dor, exigindo uso de medicamentos analgésicos com frequência.

  qualidade de vida das crianças piora muito porque passam a não tolerar as manipulações durante a fisioterapia, não conseguem ficar em pé com auxilio das fisioterapeutas, tem dor constante, inclusive dificuldade para dormir.

Programa de Vigilância da Anca/Cintura Pélvica

  Protocolo obrigatório em paralisia cerebral.


  Crianças com paralisia cerebral precisam ter seus quadris monitorados frequentemente.      O tratamento de crianças com Tetraparesia ou Quadriparesia Espastica é multidisciplinar. Neurologista, Pediatra, Pneumologista, Cirurgião Pediátrico, Fisioterapeuta e o Ortopedista Pediátrico, são fundamentais para a boa evolução.

  Cabe ao Ortopedista Pediátrico examinar todas as articulações, determinar o grau de mobilidade, bem como a presença de deformidades. Com relação a anca, é fundamental um Programa de Vigilância, que consiste em medir o grau de abertura das articulações no exame físico e avaliar (com exame de imagem) a relação anatômica da cabeça femoral e do acetábulo a cada consulta. Existem índices conhecidos como Reimers, e índice Acetabular, que são usados para essa medição. O médico assistente deve ter todas essas medições no prontuário.

Qual a periodicidade das avaliações?

Recomenda-se semestral, sempre com exame físico e de imagem.

Sinais de alerta para algo errado:


- Perda progressiva na capacidade de abertura clínica das articulações da anca;

- Surgimento de contracturas, ou seja, posições anómalas e fixas adoptadas pela Anca, em virtude do desequilíbrio entre os músculos espásticos;

-  Piora progressiva da relação articular entre a cabeça do fêmur e o acetabulo, evidenciado pela piora no índice de Reimers e do índice Acetabular, no exame de imagem, e perda progressiva da cobertura da cabeça femoral pelo acetabulo (devido à migração lateral da cabeça, conhecido por nós como Subluxação Neurológica da Anca).

Como programar o tratamento?

   Sendo articulações nobres na Paralisia Cerebral , como vimos anteriormente, as consequências do não-tratamento são devastadoras para a qualidade de vida das crianças.

  Existem três estágios cirúrgicos para o tratamento:

- Cirurgias Preventivas
- Cirurgias Reconstrutivas
- Cirurgias de Salvamento

  Importante saber que uma vez identificado a má relação articular entre o fêmur e o acetabulo, a patologia tende a evoluir com piora progressiva. O que inicialmente era subluxação vai progredir para deslocamento completo (Luxação Neurológica do Quadril),mesmo que a criança esteja em tratamento fisioterápico. A evolução só consegue ser interrompida com a cirurgia ortopédica.Portanto, diagnóstico e cirurgia precoce para aqs articulações são fundamentais para a boa evolução.

Cirurgia Preventiva

  Trata-se de alongamentos tendinosos dos músculos espasticos responsáveis pelas deformidades e, consequente, subluxação da anca. Conseguimos reequilibrar as forças que actuam no quadril.

  As incisões cirúrgicas são pequenas, não há internação prolongada, a perda sanguínea é mínima e no pós-operatório há um pequeno período de gesso mantendo as pernas abertas. A criança pode sentar e deitar com o gesso na dependência dos sintomas.

  Indicado nos casos de diagnóstico precoce, onde há grande limitação clínica na abertura da anca, porém com sinais iniciais de subluxação.

  O resultado cirúrgico é excelente no que diz respeito ao ganho de movimento, facilitando muito a abertura das pernas para as trocas de fralda, além de facilitar a fisioterapia e estabilizar a relação anatômica dos ossos do quadril.

Cirugia Reconstrutiva


  Indicada quando o grau de deslocamento lateral da cabeça do fémur é grave, com grande perda de cobertura do acetabulo, ou onde o quadril já está deslocado (Luxação Neurológica do Quadril).

  Pré-requisito básico para a indicação é a forma da cabeça femoral ainda esférica. São cirúrgicas de grande porte onde, além dos alongamentos tendinosos, associamos às cirurgias ósseas para corrigir o fémur e o acetabulo (osteotomias).

  Há previsão de reposição de sangue durante a cirurgia, incisões cirurgias são maiores e o pós-operatório é feito com grande aparelho gessado e por tempo mais prolongado.

  Oferece bons resultados com restabelecimento da anatomia do quadril, analgesia, ganho de movimento e conforto para a criança sentar e ficar em posição de pé com auxilio da fisioterapia.



Cirurgia de Salvamento

  Indicada em fases tardias da patologia, onde a cabeça femoral já esta deformada, sendo impossível restabelecer a relação anatómica normal do quadril. Nesta fase a criança tem muita dor, não permite a manipulação do quadril e o objectivo da cirurgia é simplesmente alívio da dor. Trata-se também de cirurgia de grande porte, onde realizamos a Osteotomia Femoral, com ou sem ressecção da cabeça femoral deformada associada. Os resultados quanto à analgesia não são imediatos, porém a longo prazo o alivio é satisfatório.

  O Programa de Vigilância é consagrado no mundo inteiro, e tem cada vez mais diminuído a incidência de cirurgias de grande porte para protecção das articulações da anca espasticas.

  Essa consciencialização é muito importante para familiares e todos os profissionais que lidam com a criança espastica. Manter a saúde como um todo é muito importante, porém atenção especial deve ser dada a anca, que poderão ser fonte de muito problema se não acompanhados e tratados precocemente.