sexta-feira, 2 de agosto de 2013

TOXINA REVOLUCIONARIA

Medicina e odontologia usam toxina botulínica para combater espasmos musculares, dores de cabeça, suor excessivo, bruxismo e sorriso gengival.
A toxina botulínica é conhecida por sua propriedade rejuvenescedora, capaz de atenuar rugas e marcas de expressão. Porém, muito antes de ser aplicada com fins estéticos já era empregada pelos médicos nos casos de doenças neurológicas. Ao longo dos anos, seu uso diversificou-se na medicina e na odontologia e ela passou a ser associada também ao combate de enxaquecas, suor excessivo (hiperidrose), bruxismo e sorriso gengival, entre outros. Em qualquer situação, as aplicações são sequenciais e devem ser repetidas de três a quatro vezes por ano, pois os efeitos são transitórios.


Origem
A toxina botulínica foi empregada pela primeira vez com fins medicinais pelo oftalmologista norte-americano Alan B. Scott no final da década de 60, no tratamento do estrabismo. Actualmente  cinco marcas têm autorização para comerciá-la no mercado brasileiro. A mais conhecida, que se tornou sinónimo do produto, é a Botox, do tipo A, considerada a mais potente.

Veneno
A toxina botulínica é um veneno, o mais poderoso que existe no mundo. Trata-se de uma proteína produzida pela bactéria Clostridium botulinum, causadora do botulismo, uma intoxicação alimentar rara, mas fatal. A bactéria é encontrada em produtos de origem vegetal e animal e assume a forma venenosa em condições especiais de temperatura e alcalinidade.

Espasticidade pós-AVC  ou em Paralisia Cerebral
Quando sofre um Acidente Vascular Cerebral (AVC), mais conhecido como derrame, o paciente pode apresentar rigidez em algumas partes do corpo o mesmo se pode passar com Crianças  detentoras de Paralisia Cerebral. A injecção de toxina botulínica em braços e pernas não recupera os movimentos, mas facilita as sessões de fisioterapia. Da mesma forma, é uma aliada no programa de reabilitação de crianças que sofreram paralisia cerebral.

Distonia
Uma das primeiras finalidades de toxina botulínica no Brasil foi combater distonias, doenças caracterizadas por espasmos musculares involuntários que podem afectar áreas menores como olhos, pescoço e as mãos ou o lado inteiro do corpo. A toxina age bloqueando a produção de acetilcolina, substância responsável pela contracção dos músculos. Um adepto famoso do tratamento é o pianista João Carlos Martins, que graças a ele voltou a abrir as mãos e fazer concertos.

Sorriso gengival
A toxina botulínica atenua o desconforto estético de pacientes que mostram mais de 3 mm de gengiva ao sorrir. A substância age na musculatura do lábio superior, diminuindo a sua contracção  É um tratamento paliativo, com duração de 4 a 6 meses, que começa a ser percebido dias após a aplicação. A correcção definitiva desse problema envolve um ortodontista e um cirurgião bucomaxilofacial e pode ser feita ainda na infância.

Bruxismo
Nos casos de ranger nocturno de dentes, a toxina botulínica é capaz de amenizar a hiperatividade muscular, reduzindo os movimentos inconscientes e, por consequência, a dor. A aplicação dá-se por meio de uma injecção na mandíbula, com uma agulha fina. O desconforto pode ser atenuado com anestesia e geralmente diminui nas aplicações seguintes. Há estudos que mostram que a toxina pode até mesmo dispensar as placas nocturnas de relaxamento, nos casos em que o bruxismo não é causado por apneia do sono.


Hiperidrose
A dermatologia usa a toxina botulínica para tratar a produção excessiva de suor pelas glândulas sudoríparas, com aplicações nas mãos, pés e axilas pelo menos uma vez por ano. A maioria das pessoas afirma que o procedimento é indolor, mas para os mais sensíveis há um creme anestésico que pode ser usado antes do procedimento.

Dores faciais

Há cerca de dez anos, a toxina botulínica começou a ser usada para aliviar enxaquecas crónicas e cefaleias decorrentes de problemas na coluna. O tratamento é prescrito para os quadros crónicos  com aplicações no pescoço e partes da cabeça. Não combate a causa da dor – apenas atenua os sintomas. 
Fonte: Gazeta do Povo

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